Uma pessoa permanece jovem na medida em que é capaz de aprender, adquirir novos hábitos e tolerar contradições.
Marie Von Ebner-Eschenbach
Hoje é o dia do idoso. Por isso escolhi essa data para pensarmos um pouco no envelhecimento. No nosso e no dos outros. Afinal, só não envelhece quem morre jovem!
A expectativa de vida hoje no Brasil é de 75,4 anos, segundo o IBG, e é cada vez maior o número de pessoas que passam dos 100 anos de vida. A ciência e tecnologia permitem que as pessoas vivam mais hoje do que nos séculos anteriores. Isso é considerado um dos maiores avanços da sociedade moderna. O aumento da expectativa de vida é um dos indicadores do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). No Brasil a expectativa de vida da população aumentou mais de dois anos apenas na última década. Mas, este índice vem acompanhado de novas demandas socioculturais.
Você já pensou como irá viver dos 60 aos 100 anos? Estamos falando de 40 anos vida, bastante considerável, não? Já parou para pensar como será sua vida social, financeira e sexual quando estiver velho? A maioria de nós não pensa nisso, e assim, não se planeja para ter uma velhice saudável.
Quando falo de saudável estou me referindo a qualidade de vida de modo geral, e não apenas de condições físicas. Apoio Social e psicológico é indispensável para uma velhice saudável.
Ao longo das nos passamos por várias mudanças. Cada fase do desenvolvimento humano tem seus ganhos e perdas. Em outras palavras, somos bons em algumas coisas e nem tão bons em outras. No entanto, existe uma tendência natural a associar o envelhecimento apenas às limitações, focando apenas as perdas, e esquecendo aquilo que há de bom na velhice.
Precisamos parar de olhar os idosos com tanto preconceitos, desfazer os estereótipos, ampliar a autonomia e participação do idoso na sociedade. Embora a maioria das pessoas idosas tenha alguma doença crônica é possível viver a velhice de forma saudável controlando as doenças existentes.
As doenças degenerativas são os maiores fantasmas do envelhecimento hoje em dia, entre elas se destacam o Alzheimer e o Parkinson. Mas os idosos tem que lidar com outros temas bastante delicados, como por exemplo, viver em um mundo muito diferente daquele que conheceu a perder seu parceiro e amigos. Quando se vive muito é comum ver seus entes queridos morrerem e precisar fazer novas redes de relacionamento para não se isolar.
O isolamento social é um grande problema vivido pelos velhos. Muitas teorias defendem que ele é causa de parte das doenças degenerativas. O fato dos idosos viverem sozinhos e serem abandonados pela família e sociedade os levam ao isolamento social, que leva a depressão que, se não tratada, leva a quadros de degeneração.
Não temos como prever se faremos parte do grupo de idosos doentes ou saudáveis, mas uma coisa é certa, o futuro é consequência do passado. Estamos construindo hoje a nossa velhice. Também, somos a realidade dos velhos com quem convivemos. Estamos tratando-os como gostaríamos ser tratados?
