O Amor Patológico (AP) é caracterizado pela repetição do comportamento de cuidar e se preocupar em excesso com o parceiro. O objetivo é ganhar como recompensa o afeto do outro e evitar sentimentos de rejeição ou insegurança no relacionamento. O Portador de AP mantém esse comportamento mesmo quando tem evidências de que suas atitudes são prejudiciais para ele e para o parceiro.
A preocupação e os cuidados com o parceiro vão além do que o individuo gostaria. Mas, quando tenta diminuir esses comportamentos ele entra em uma espécie de crise de abstinência, sente muita ansiedade, e acaba desistindo de mudar. O resultado é uma espécie de vício na outra pessoa.
Quem sofre de AP tem taquicardia, tensão muscular, alteração de sono e apetite quando sente o parceiro distante, tanto física como emocionalmente. E para evitar essas sensações passa a viver em função do parceiro. Para isso, abandona as atividades que antes lhe interessavam. Diminui o convívio com a família e amigos. O foco no trabalho também é prejudicado, pois quem tem AP gasta muito tempo se preocupando com o parceiro.
O medo de terminar o relacionamento e de ficar sozinho é uma característica marcante em quem sofre de AP. Essas pessoas preferem ficar em um relacionamento, por pior que ele seja, do que terminar o relacionamento e correr o risco de ficar só. E para manter o relacionamento fazem qualquer coisa. Por trás dos excessos existe a intenção de receber o afeto do parceiro e de evitar sentimentos de menos valia.
O AP e o ciumento sentem insegurança no relacionamento, mas a insegurança do AP está mais relacionada com os sentimentos do outro. Existe um medo muito grande de não ser amado e, consequentemente, ser deixado. Já o ciumento tem medo de ser traído, acima de qualquer coisa. O medo de ser traído é resultado de autoestima baixa, da supervalorização do parceiro e da crença na impossibilidade de fidelidade e lealdade nas relações amorosas.
No ciúme patológico, as origens estão relacionadas com baixa autoestima e/ou necessidade excessiva de controle e possessividade. Ciumentos têm a fantasia de que controlando cada passo do parceiro impedirão que ele se envolva com outras pessoas.
Os sintomas podem ser bastante parecidos, mas a origem dos sentimentos é diferente. E para que o tratamento seja bem sucedido é fundamental tratar a origem dos problemas. Quando o terapeuta não consegue distinguir AP de ciúme ele não consegue ajudar a pessoa a ter autoconhecimento. E, o autoconhecimento é uma etapa essencial para um tratamento eficaz.
