Até pouco tempo acreditava-se que a psicoterapia para idosos só era necessária para fazer com que o indivíduo seguisse o tratamento psiquiátrico. A perspectiva era de que já não havia mais tempo de fazer mudanças psicológicas, ou que os idosos não eram flexíveis ao ponto de serem capazes de fazer essas mudanças.
Hoje porém já sabemos que os benefícios da psicoterapia na velhice são bastante abrangentes, principalmente no que diz respeito a melhora na qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares.
As intervenções psicológicas também melhoram as relações sociais e capacidade de gerenciamento do estresse e da ansiedade.
As formas de intervenção psicológica na velhice são principalmente 2 duas: Emocional e cognitiva.
Na intervenção emocional são tratadas dificuldades que os idosos tenham em relação a perda de entes queridos, baixa autoestima devido as mudanças características da velhice, isolamento social causado pela aposentadoria ou pela dificuldade de locomoção, a síndrome do ninho vazio (quando os filhos vão embora de casa), dificuldade de adaptação a novos hábitos e mudanças culturais, questões relacionadas a finitude (proximidade da morte) e depressão.
A depressão na velhice pode ser devastadore, e infelizmente, existe um alto indíce de depressão entre idosos. A explicação para isso está nos hábitos de vida comum entre idosos, na repressentação socio-cultural da velhice como uma coisa negativa e na sucetibilidade fisiológica que aumenta com as doenças frenquentes nesta fase da vida.
Idosos que passam longos períodos deprimidos ficam muito mais vulneráveis às doenças neurodegenerativas (Mal de Parkinson e Doença de Alzheimer, por exemplo). Quando a depressão não é tratada ela funciona como uma espécie de "porta de entrada" para a demência.
Na intervenção cognitiva usamos as técnicas da neuropsicologia. O idoso recebe dicas e aprende técnicas para preservar ou melhorar as habilidades cognitivas como atenção, concentração, memória, velocidade de raciocínico e capacidade de processamento de informações.
É comum que na velhice haja um rebaixamento de algumas funções cognitivas, mesmo quando falamos de uma velhice saudável. Um dos motivos para que isso aconteça é a diminuição de exercícios cognitivos no dia a dia. Principalmente por causa da aposentadoria os idosos diminuem a quantidade recebida de estímulos cognitivos e isso pode levar a uma diminuição da capacidade. Essa diminuição pode ser revertida por meio de treino cognitivo estruturado.
Outro fator comum na velhice é a incidência de doenças neurodegenerativas . A intervenção cognitiva pode desacelerar os danos causados por doenças neurodegenerativas e fazer como que o idosos se mantenha manter autônomo e independente por mais tempo, melhorando a qualidade de vida dele e da família. A psicoterapia é parte importante do tratamento das demências.
Os motivos mais recorrentes que levam idosos a procurar a psicoterapia é a depressão e declínio cognitivo. No entanto, os dois andam juntos e podem criar um ciclo vicioso. Muitas vezes, é difícil diferenciar demência leve de depressão. Profissionais não especializados podem confundir os sintomas e não indicar o tratamento mais adequado.
